Temaki – Blog de mangás no Jornal do Brasil

Retorno aqui ao Kotae para dar um aviso tardio: atualmente escrevo outro blog sobre o mesmo assunto, o Temaki, do Jornal do Brasil. Por isso também esse hiatus tão grande aqui.

É uma honra fazer parte do time opinativo de um dos mais tradicionais veículos de comunicação do país. Ainda mais por ser o primeiro blog voltado para cultura pop japonesa (foco em mangás e animes) em um grande portal jornalístico.

Esse blog continuará no ar e eventualmente poderei atualizá-lo também. Afinal, (mesmo desatualizado) está no ar desde 2008.

Sendo assim recomendo que você,  caro visitante do Kotae, entre também no Temaki: http://jblog.jb.com.br/temaki/

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Quadrinhos Amarelados – De Yellow Kid à Invasão Estética Oriental

Alguns pedidos foram feitos para que disponibilizasse aqui alguns de meus textos teóricos sobre estudos de Mangás e afins.

Então aqui vai um texto que escrevi para disciplina “História do Jornalismo“. É uma tentativa de esboçar a importância e influência do icônico Yellow Kid, vanguardista na comunicação textual, com a “invasão” estética e da linguagem dos mangás japoneses em parte da produção nacional de quadrinhos.

Texto completo no Google Docs: http://tinyurl.com/quadrinhosamarelados

Introdução

O presente estudo propõe-se a analisar algumas características históricas das histórias em quadrinhos. Citada por Will Eisner como possibilidade de definição dos quadrinhos, a dita arte sequencial, ao longo dos ano passou a receber crescente atenção da crítica e mídia especializada. No entanto, o foco das pesquisas sobre o tema é vasto, já que há múltiplas possibilidades nas criações dos enredos, seja observando os tópicos relacionados a forma, conteúdo ou meio de comunicação.

Quadrinhos constituem um eficiente meio de comunicação de massa, difundido pelo mundo todo. Direcionado para públicos de todas as idades, as narrativas desenhadas tentam livrar-se do rótulo preconceituoso de que são voltadas para o público infantil. A questão a ser demonstrada é que existe uma segmentação mercadológica, de acordo com público, variando os conteúdos de acordo com o veículo de comunicação, faixa etária e gênero por exemplo.

A história da arte sequencial é extremamente rica e vasta. Sejam charges, cartoons, tirinhas, mangá ou webcomics, o estilo passa costumeiramente por reinvenções dinâmicas. Por isso a opção realizada é em focalizar dois momentos históricos fundamentais na consolidação do gênero em diferentes mídias.

O primeiro exemplo remete ao passado, com a saga inicial de Yellow Kid, personagem de Richard Felton Outcault, apontado como pioneiro do gênero de histórias em quadrinhos moderno. Veiculado nos principais jornais de Nova Iorque, New York World e The New York Journal, no final do século XIX, apresentou os gêneros tiras e charges, além de despertar o apelo comercial possibilitado por sua presença nas páginas dominicais ou diárias.

O outro momento destacado é o presente, em função da invasão estética dos quadrinhos japoneses em diversas mídias. O diferencial da linguagem visual e textual empregada nos Mangá orientais é sucesso de vendas atemporal, como no exemplo da revista semanal Shonen Jump, que nos anos 90 chegou a ter tiragens com 6 milhões e meio de exemplares vendidos, superando com folga as revistas de variedade mais famosas do mundo como a Time e a Newsweek. Como a globalização deste fazer quadrinistíco altera a produção brasileira atualmente, e as perspectivas futuras.

Tanto o exemplo das tiras em jornais do Yellow Kid, quanto os mangá japoneses, influenciaram e continuam influenciando a produção nacional de quadrinhos. O ponto de partida da análise será um breve panorama do que entende-se por quadrinhos, passando a seguir por sua relação com o jornalismo. Objetivando discutir com isso um pouco das projeções futuras e desafios da modalidade estética, sobretudo no cenário nacional.

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Novamente o amor em 2D

nisan2d

Lembra-se do japonês que prôpos uma petição online para tentar legalizar o “casamento” entre pessoas e desenhos? Pois bem, novamente o assunto surge na internet. Dessa vez através de ninguém menos do que o New York Times, em matéria de Lisa Katayama, logo veiculada em outros sites, como no blog da revista Época por exemplo.

Isso porque Niisan (apelido dado por sua “namorada”, significando “irmãozão”), 37 anos, alega estar comprometido com Nemu Asakura. A questão é que essa namorada trata-se de uma personagem do anime/game Da Capo. Apelidada por nemutan (tan, como sufixo diminutivo demonstrando carinho), é materializada em uma capa de travesseiro com o desenho de seu corpo. Uma não. São sete capas de travesseiro iguais (para Nemu estar sempre limpinha e cheirosa). Compradas pelo equivalente a R$ 130 cada.

nisan nemutan

A obsessão de Nisan, como passou a ser conhecido na internet, pelos travesseiros (conhecidos também como dakimakura, ou “travesseiro de abraçar”) é tanta que diz que “quando morrer quer ser cremado junto com Nemu, já que não imagina viver sem ela“. A declaração e forte e soa absurda, não a toa, mas reflete diretamente a crise nos relacionamentos de parte do povo japonês. Lógico que tipos assim, com distúrbios nos relacionamentos humanos, existem em qualquer sociedade. Porém a atenção caí frequentemente para o exemplo da cultura otaku japonesa, que opta após fracassos amorosos reais, por “relacionamentos” 2D. Nisan tem consciência que o que faz é estranho e que se veria como alguém louco, mas afirma que apesar da personagem não ser real, seus sentimentos são reais.

nemu asakura

Eles saem para passear juntos, tiram fotos juntos, vão à praia, karaoke… como namorados. Ele diz-se realizado amorosamente, de forma que não teria fora desse contexto “2d lover”, como sugere o guru do movimento 2D, Toru Honda (que não é a personagem principal de Fruits Basket…). Os problemas nos relacionamentos são refletidos em dados: cerca de 25% dos japoneses (tanto homens quanto mulheres) entre 30 e 34 anos são virgens, de acordo com pesquisa do governo.

Quando perguntado se gostaria de casar, Nisan afirma que sim. Mas admite que vive em um conflito interno: “Mas olhe para mim. Como pode alguém que carrega isso consigo por aí se case? As pessoas provavelmente ficam imaginando como escapei do psiquiatra. Eu acho que pensaria a mesma coisa se me visse“. Casaria, mas com a condição que a esposa aceitasse Nemu. “Eu ficaria devastado se tirassem ela de mim“.

otaku pillow

Vale ressaltar que entre vários fatores, Nisan, é uma vítima também do estratégico mercado produtor de animes e mangás. O gênero hentai é forte no mundo todo exatemente por isso, já que cativa fatia considerável do público que gosta da conotação sexual no animes.


dakimakura

Bom, como não devemos ter preconceitos… para quem interessar possa: um site de venda dessas capas de travesseiro com personagens de animes (sempre em poses sugestivas): http://www.jlist.com/SEARCH/dakimakura Custando na faixa entre R$ 200 e R$ 225. Bom lembrar que existem modelos masculinos e femininos. Independente de relacionar-se com o travesseiro, ou não, você teria um?

Clique aqui para ver o artigo completo do NY Times.

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Celular de Evangelion é sucesso no Japão.

evacelular

Foi lançado no Japão um modelo de aparelho celular com temática referente ao mega sucesso Evangelion. Em edição limitada de 30 mil unidades, os aparelhos sumiram de circulação antes mesmo de esquentarem as prateleiras: para se ter uma ideia em apenas 5 horas foram vendidos 20 mil celulares no sistema de pré-venda.

O design do aparelho ficou por conta do diretor da série, Anno Hideaki, e de seu  Studio Khara. Apresenta todas as funcionalidades esperadas nos aparelhos modernos, como por exemplo uma poderosa camera de 10 mp externa, além de outra interna com 0.4 mp. Há também inumeras referências ao anime, indo dos toques musicais com temas e efeitos sonoros conhecidos dos fãs, assim como diversos wallpapers e gifs de Shinji Ikari & cia.

celular evangelion

Apesar de custar valores girando em torno do equivalente a R$ 1.790 e R$ 2.390 (90mil ienes é o preço padrão), o  modelo SH-06A NERV da NTT Docomo vendeu mais rápido que o esperado. Talvez por surgir no mercado japonês em um momento bastante oportuno. Afinal, no dia 27 de junho foi lançado o filme Evangelion:2.0 – You Can (Not) Advance will, 2ª parte do remake feito para as telas de cinema a partir da já clássica série televisiva (contando com trechos novos, e incomparável qualidade de animação e afins).

Alguns dos tipos de menus temáticos do celular

Alguns dos tipos de menus temáticos do celular

Uma pena que seja praticamente impossível um aparelho desse tipo chegar no mercado brasileiro. Você, fã de Evangelion, compraria/gostaria de um celular assim?

A conferir também em http://www.evastore.jp/ (loja oficial dos produtos de Evangelion) e http://www.evangelion.co.jp/nerv_keitai/ (site oficial do SH-06A NERV)

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Show de Nobuo Yamada no “Aquecimento Anime Family 2009”

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Nobuo Yamada em ação no evento - Alegria dos fãs

O local estava longe de estar lotado como deveria. Na verdade a quantidade de público na última tarde/noite de sábado estava visivelmente abaixo das expectativas para um show internacional em um evento de anime carioca. Foram poucos os shows com cantores japoneses em eventos até hoje no Rio, logo causar uma “boa impressão” seja algo sempre válido. No entanto, os presentes ao show estavam empolgados  com a presença de um cantor lendário tratando-se de anime/tokusatsu songs.

O que o público pode ver foi um esforçado Nobuo Yamada, que depois de tantas horas de voo (mais de um dia inteiro no avião) estava cantando ao vivo na Gama Filho no bairro da Piedade. Não é pra qualquer um, sem dúvidas. Yamada aparentava estar sem fôlego por muitas vezes, nos intervalos de músicas sofria. Por sorte não é uma época de tanto calor aqui no Rio de Janeiro (como no Anime Family de final de ano). Não a toa, volta e meia, consultava uma “cola” com letra de algumas músicas. Porém mesmo com as adversidades realizou um grande show! Sempre sorridente (e cheio de estilo!), distribuindo acenos ao fãs, e presentando a todos com a boa e velha voz cheia de energia.

Sou fã da voz de Yamada desde 1994, quando ouvi “Can’t Say Good-Bye” tocando na épica batalha entre Shiryu x Dragão Negro. Na época não tinha como não pirar ouvindo aquela música. Um ano depois já importava cds do Japão (via Haikai, a famosa loja de cds e goodies da Liberdade-SP), especialmente os de Saint Seiya. E como não poderia ser diferente mais da metade do setlist foi baseado nessas canções. Pegasus Fantasy, Blue Forever, Can’t Say Good-Bye, Sayonara Warriors, Only for Love e Never fazem parte da trilha sonora de Saint Seiya. As outras duas que completaram o repertório foram do Super Sentai Boukenger: Go Go Sentai Boukenger e Boukenger Go On Fighting!. Para completar, voltou no palco para o bis cantando Pegasus Fantasy (versão 2009, recém regravada – com poucas mudanças na verdade). Sendo a primeira parte em japonês e a segunda em português, num esforço louvável.

“Can’t Say Good-Bye” tocando em episódio de Saint Seiya

Apesar de considerar a música tema de Cavaleiros do Zodíaco o grande hino dos animes no Brasil, fiquei um pouco desapontado com a escolha em tocar duas vezes a mesma música no show. Afinal o repertório de Yamada é vastíssimo. Não digo apenas em grande canções de Saint Seiya que ficaram de fora, como por exemplo Stardust Way, Remember ou You Need Love, mas Yamada teve grande carreira com o hard rock do Make-Up, e pelo menos uma música caberia bem no show. Salvation Army e Runaway from Yesterday talvez sejam tão conhecidas quanto Only for Love e Sayonara Warriors por exemplo. O desabafo fica por conta na verdade do show de 2007, no Anime Friends de São Paulo (na 1ª visita ao país – já são 4 viagens até agora), pois o repertório foi praticamente idêntico. E provavelmente será o mesmo no show de hoje, sexta-feira 10 de julho, no Anime Friends.

E isso é ruim? Não. Longe disso! Mas fã quer mais ver show com umas 5 horas de duração se possivel… resta esperar agora por mais visitas de Nobuo Yamada e mais cantores japoneses. Tenho certeza que continuarão vindo por um bom tempo, pois tem sido interessante para todas as partes: organizadores, público e cantores.

Nobuo Yamada abrindo o show no “Aquecimento Anime Family 2009”

Setlist (na ordem):

Pegasus Fantasy
Only for Love
Can’t Say Good-bye
Sayonara Warriors
Go Go Sentai Boukenger
Boukenger Go On Fighting!
Never
Blue forever
Pegasus Fantasy (2009 ver.)

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One Outs – Nobody Wins, But I!

One Outs

Se tem um esporte que conheço pouco é o beisebol. Tão amado em terras nipônicas, e tão desconhecido pelo grande público brasileiro, o jogo segue como um pequeno mistério pessoal. Sincerante comecei a “entender” como se pratica através do Wii Sports (o que não é tão consistente assim, embora divertido). Não saberia nem dizer que “pitcher” significa “arremessador”. Então por que começar a assistir um anime sobre beisebol? É sobre essa questão que começo meu primeiro review por aqui.

Bom, um dos meus estilos preferidos de animes/mangás sempre foi o esportivo. Com aqueles ideais todos sempre presentes de amizade, persistência e vitória. E a produção de animes de beisebol é vasta, como por exemplo Major, H2 e Touch. Porém a opção por One Outs foi porque pareceu diferente dos demais (creio que estava certo), e está eu recomendo.

A questão toda é que One Outs vai além do beisebol. A trama segue abordando frequentemente apostas, flertando sempre com o gênero psicológico. A aposta inicial é entre o então ás do time Kojima, que em uma visita treino à Okinawa conhece Tokuchi Toua (o personagem principal), e através de uma aposta vencida em um jogo conhecido como One Outs acaba levando-o para jogar beisebol com o popular time dos Lycaons.
E por tratar-se de um enredo sobre um “jogador” (em todas conotações da palavra) isto leva naturalmente aos desafios financeiros entre Tokuchi e o dono do time. O salário do jogador é de acordo com a produtividade do mesmo, sendo assim o dono sempre coloca cláusulas e arma falcatruas para tentar lucrar em cima do sucesso promissor do pitcher (opa, aí está!). Porém o que ocorre é o salário de Toua aumentando progressivamente, terminando a série girando em torno do equivalente a  91 milhões de reais por ano!

Tokuchi age com frieza digna de um Light Yagami ao analisar as jogadas e consecutivamente ganhar as mais improváveis partidas. Levando o desacreditado time a conseguir resultados contra três fortes oponentes: Mariners, Bugaboos e BlueMars. Subindo na tabela, de acordo com a promessa de levar o time ao título nacional.

A grande pena é que a série tem apenas 25 episódios, consequentemente não vai muito longe no desenrolar do campeonato. O mangá por sua vez já está encerrado, e tem 20 volumes, publicados na Business Jump (com perfil seinen mangá). A esperança é que o anime continue com uma segunda temporada, mas por hora é só torcer e aguardar.

“Pay money To my pain – Bury” – Op de One Outs

Site Oficial: http://www.ntv.co.jp/oneouts/

Autor: Shinobu Kaitani
Diretor: Yuzo Satou
Produção: MAD HOUSE

Canal: NTV (07/10/08 até 31/03/09)

Episódios: 25

Download: http://tinyurl.com/oneouts (Fansub Bakayaro)

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Dragon Ball Z in Modena

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Novamente o time italiano de vôlei do Modena lança moda: depois da camisa de líbero com tema de One Piece e a vez de Dragon Ball Z aparecer estampado.

Na frente aparece a imagem de Goku como super sayajin, e nas costas a referência é o dragão Sheng Long. O acordo entre o clube e o estúdio japonês Toei Animation permite novos animes estrelando nas camisas de líbero, o que é uma forma inusitada (e bem interessante) de ver personagens famosos em ação (mesmo que indiretamente).

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O preço da camisa foi mantido em € 40 (cerca de R$122 na cotação de hoje), e pode ser comprada através da loja virtual do time.


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Link para o post sobre a camisa de One Piece no Modena: https://kotae.wordpress.com/2008/10/13/one-piece-in-modena/

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Mangás de terror

maruo suehiro art

Depois de um bom tempo sem postar nada aqui no Kotae retorno as atividades com uma cópia de um artigo interessante que encontrei. Publicado na boa revista japonesa Nipponia, na edição traduzida para português (comumente encontrado em centros culturais japoneses), o texto do falecido crítico de mangás Yonezawa Yoshihiro.

Apesar de bons títulos terem sido publicados no Brasil (Uzumaki, Ero-guro, Battle Royale, etc) o gênero terror talvez não seja tão explorado como deveria. Reproduzo aqui a então matéria da revista sobre o tema mangás de terror/horror.

“As assustadoras mas muito lidas mangá de histórias de terror”

Artigo de Yonezawa Yoshihiro (Revista Nipponia nº 14 – Setembro de 2000)

O medo é um instinto natural do ser humano. As histórias em quadrinhos podem ser usadas para expressar e despertar pavor, e as publicações de mangá de terror têm exercido por muito tempo um fascínio especial nos japoneses, particularmente entre jovens e mulheres.

Muitos mangá de terror são obras de artistas que já asseguram seu próprio renome. É claro que qualquer autor de mangá de terror precisa ser dotado de habilidade especial para instilar medo, mas ser famoso também é importante neste gênero em que a narrativa é bastante curta e o desenvolvimento dos personagens e o título não são muito importantes.

Dois grandes mestres do gênero são Umezu Kazuo e Mizuki Shigeru. Os trabalhos de Umezu variam desde histórias de terror com fundo psicológico até enredos de ficção científica. Sua gama de expressão pode ser vista em Hebi Shoujo (A menina-serpente) e Beni-gumo (Aranha Escarlate), que deixam o leitor com nervos à flor da pele ao acompanhar a trama de meninas subjugadas pelo medo. As imagens que Mizuki elabora para suas histórias de fantasmas e enredos sobrenaturais oferecem a sensação fantasmagórica própria de dias passados.

Três outros excelentes autores de mangás de terror são: Tsunoda Jiro, que mergulha em uma análise psíquica com o seu Ushiro no Hyakutaro; Hino Hideshi, que relata com detalhes grotescos fantasias de “retorno ao útero”; e Koga Shinichi, que lida com magia negra em Eko-eko Azaraku. Tezuka Osamu e Fujiko Fujio também são especialistas no gênero do terror. EM realidade, há mais autores de terror do que seria possível mencionar;  alguns medíocres, outros de nível até mesmo inferior.

O gênero desfrutou de sucesso sem precedentes no Japão em meados da década de 90, quando se lançavam publicações de terror uma após a outra. Uma autora que aproveitou essa onda foi Inuki Kanako, conhecida como “rainha do terror”. As histórias dela inspiram-se em contos populares, histórias infantis, lendas urbanas e tramas similares, revolvendo em torno do mundo das crianças. Muitos leitores dizem que primeiro ficam fascinados com as histórias dela, depois encantados e por fim aterrorizados.

Dois trabalhos característics de Inuki são Bukita-kun, a história de um solitário garoto zumbi que vagueia pelo mundo em busca de amor, e School Zone, um conto que nos entretém para depois nos inocular o germe do pavor, à medida que observamos crianças de uma escola comum envolvidas em situações aterrorizantes. As ilustrações da autora são dotadas de um toque singular, realmente inesquecível para quem abre uma de suas publicações.

Ito Junji causou sensação com o seu Uzumaki (Vórtice/Espiral), que narra o modo pelo qual uma cidade e seus moradores são transformados por uma maldição.  As excêntricas histórias de terror de Ito geralmente aparecem em revistas especializadas do gênero. O autor também tem uma série intitulada Tomie, que narra a grotesca história de uma menina bela e misteriosa capaz de despertar nos homens o desejo de matar e que renasce continuamente de seu próprio sangue e pedaços de carne. A veneração à série assume uma proporção quase religiosa. As cenas imaginativas têm uma característica surrealista, e a história apresenta acontecimentos bizarros que nos deixam atordoados de apreensão.

Outros autores também têm ganho popularidade – por exemplo, Ima Ichiko, que escreveu uma moderna história de fantasmas intitulada Hyakki Yakou Shou. Outro autor, Mochizuki Minetaro, descreve o terror de habitar uma cidade. Zashiki Onna, de sua autoria, é  a história de terror moderna habilmente construída, que conduz o gênero a novas alturas. Os leitores podem se identificar nesta história ao ler sobre pessoas que escapam do Armagedon ao fim de uma era decadente e depois conhecem novos terrores, quando se estabelecem em um estilo de vida convencional na cidade.

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Wallpaper de Anime

genshiken_natal

Se você procura por um wallpaper (papel de parede) de anime ou mangá tenho um site para recomendar: Anime Paper. O site até que é bastante conhecido entre os fãs de anime, mas não custa nada divulgar o que é bom não é mesmo?

A variedade de material no site para decorar sua área de trabalho é muito boa, encontrando de animes como Slam Dunk a Interstella 5555. Também é aberto a colaboração do pessoal que curte fazer seus próprios wallpapers, aumentando mais ainda o acervo. De qualquer forma vale lembrar que há um limite diário de downloads inconveniente.

Em tempo: a imagem acima é meu wallpaper atual, pego do Anime Paper, com as meninas de Genshiken no melhor clima natalino. Aproveito assim para desejar boas festas a todos! :)

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My Anime List – Uma apresentação

mal1

Quanto Anime você anda vendo ultimamente?“. É essa indagação inicial que serve de mote para um dos sites mais indispensáveis aos fãs (hardcore) de anime: o My Anime List, ou simplesmente “MAL” (apelido carinhoso, com a abreviação levemente cacofônica). Totalmente gratuito, funciona como um grande banco de dados, onde você vai armazenando as informações do que você já assistiu/está assistindo.

E pra que serve isso Guilherme?“? Basicamente como um “controle”, ou checklist talvez. Uso muito também como resposta para aquelas perguntas do tipo “Quais animes está vendo?” ou “Que mangás mais gosta?” ( é só passar o link que as respostas são transparentes :D)  Porém vai muito além disso, e tentarei mostrar um pouco nessa breve apresentação.

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